A HISTORIA DAS FITAS VHS (Parte:2)
Desenvolvimento do VHS
Em 1971, os engenheiros da JVC, Yuma Shiraishi e Shizuo Takano montaram uma equipe para desenvolver um VTR direcionado ao uso caseiro. No fim de 1971, eles criaram um diagrama interno, intitulado de "VHS Development Matrix", que estabeleceu doze objetivos para o novo VTR da JVC. Estes objetivos incluíam:
- O sistema deve ser compatível com qualquer aparelho de televisão comum.
- A qualidade de imagem deve ser similar ao de uma imagem de transmitida ao-vivo para as televisões.
- A fita deve conter a capacidade de gravação de pelo menos duas horas.
- As fitas devem ser intercambiáveis entre máquinas.
- O sistema em geral deve ser versátil, significando que pode ser dimensionado ou expansível, tendo a possibilidade de ser conectado a uma câmera ou entre dois gravadores.
- Os gravadores devem ser acessíveis, fáceis de operar, e possuírem uma manutenção acessível - de baixo custo.
- A possibilidade dos gravadores serem produzidos em grande quantidade, suas peças devem ser intercambiáveis, e eles devem ser fácil de serem operados.
No começo de 1972, a indústria de gravação de vídeo comercial no Japão levou um golpe financeiro. A JVC reduziu seus orçamentos e reestruturou sua divisão de vídeo, deixando de lado o projeto do VHS. No entanto, apesar do problema financeiro, Takano e Shiraishi continuaram a trabalhar no projeto em segredo. Em 1973, os dois engenheiros conseguiram desenvolver um protótipo funcional.
Competição com o Betamax
Em 1974, o Ministério do Comércio e da Industria Internacional japonês, com o intuito de evitar a confusão pelo consumidor, tentou forçar a industria japonesa de vídeo a padronizar um único formato de gravação caseira.[17]Posteriormente, a Sony havia um protótipo funcional do formato Betamax, e estava muito próxima de finalizar seu produto. Com este protótipo, a Sony persuadiu o MCII a adotar o formato Betamax, enquanto a JVC tentou convencer outras companhias.[16]
A JVC acreditava que um padrão aberto, com o formato compartilhado com a maioria dos competidores sem o licenciamento da tecnologia, era melhor para o consumidor. Para evitar a MCII de adotar o Betamax, a JVC procurou convencer outras companhias, em particular, a Matsushita (a maior empresa fabricante de eletrônicos de seu período, comercializando seus produtos sob a produtora nacional na maioria dos territórios e na subdivisão da Panasonic na América do Norte, e na acionista majoritária da JVC), a aceitar o VHS e, assim, competir contra a Sony e a MCII.[18] A Matsushita concordou, principalmente com o receio de que a Sony poderia assumir a liderança da área se apenas para o formato Betamax fosse permitida sua produção. A Matsushita também considerou a desvantagem do formato Betamax por ter apenas uma hora de duração.
A colaboração entre as duas empresas conseguiu persuadir a Hitachi, Mitsubishi e a Sharp a colaborar com o padrão VHS.[16] O lançamento do primeiro leitor de videocassete de fitas Betamax no mercado japonês em 1975 colocou mais pressão na MCII. Contudo, a colaboração da JVC com seus afiliados foi muito maior, e fez com que a MCII assinalasse como um padrão para a indústria. A JVC finalmente lançou as primeiras máquinas de VHS no Japão no final de 1976, e nos Estados Unidos no começo de 1977.
O Betamax da Sony competiu com o VHS do começo da década de 70 até a década de 80. As maiores vantagens do Betamax em relação ao VHS, eram referentes ao seu tamanho reduzido, melhor qualidade de vídeo, e mais antiga disponibilidade.
Em países que usavam o padrão NTSC de televisão, o Beta I foi capaz de gravar uma hora de programação em uma velocidade de fita de 1,5 polegadas por segundo (pps) – em seu modo standard-play (SP). Inicialmente, o VHS poderia gravar duas horas de programação à 1,31 pps.O tamanho reduzido da fita do Betamax tinha também um formato limitado de carretel, e não poderia competir com a capacidade de duas horas de duração do VHS. Ao invés disso, a Sony tinha que reduzir a velocidade para 0.787 pps (Beta II) para conseguir alcançar a gravação de duas horas com o mesmo tamanho de fita.[20] Isso reduziu a qualidade outrora superior do Betamax, deixando pior que do VHS quando se comparado de gravações de duas horas. A Sony então lançou uma versão estendida do Betacassette (Beta III), que permitia o Betamax da região NTSC a ter um limite de gravação superior ao de duas horas, mas o formato VHS já havia ganhado a "batalha" dos formatos.
Além do mais, o VHS tinha um "mecanismo de transporte de fita muito menos complexo" que o Betamax, e as máquinas de VHS rebobinavam mais rapidamente que as rivais da Sony.
Nos países que utilizavam os formatos PAL e SECAM de televisão, o tempo de duração do Betamax era semelhante ao de um VHS, a qualidade ao menos aceitável, e a rivalidade entre ambos não durou por muito tempo.
O primeiro gravador lançado baseado no sistema VHS
O primeiro VCR para usar VHS foi o Victor HR-3300, sendo apresentado ao presidente da JVC no Okura Hotel em 9 de Setembro de 1976. A JVC começou a desenvolver o HR-3300 em Akihabara (Tokyo, Japão), em 31 de Outubro de 1976. Versões para determinadas regiões foram posteriormente distribuídas, como o HR-3300U para os Estados Unidos, e o HR-3300EK, para a Inglaterra. O Estados Unidos recebeu seu primeiro VCR - RCA VBT200 -, em 23 de Agosto de 1977. A unidade de RCA foi desenvolvida pela Matsushita, tendo esta desenvolvido o primeiro leitor de VCR baseado na leitura de VHS que não fosse a JVC. Ele também era capaz de gravar quatro horas no modo LP (long play). A Inglaterra posteriormente recebeu seu primeiro sistema de VCR em 1978, sendo este o HR-3300EK.
A Quasar e a General Electric, iriam se basear no sistema baseado em VHS - isto é, todos desenvolvidos pela Matsushita. Em 1978, a Matsushita (Panasonic) sozinha foi capaz de produzir pouco mais da metade de todos VCRs japoneses.
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